quarta-feira, 8 de junho de 2011

Amor com amor se paga - O meu bolo especial

Amor com amor se paga  -  O meu bolo especial

Participar no desafio  lançado  pela minha querida  Ana é um prazer, mas escolher um bolo como sendo o meu  bolo especial  não é fácil.
Numa família onde as datas importantes  são  todas aquelas que a vida e  o calendário marca,  mais aquelas que nós inventamos como pretexto para fazer uma festa, a lista dos bolos especiais não tem fim.
Os bolos que fiz para os aniversários dos meus sobrinhos quando eles eram crianças foram, sem dúvida, todos especiais, assim como são agora, também muito especiais,  aqueles  que eles fazem para me mimar  e surpreender.
Portanto, por razões óbvias, não posso eleger nenhum destes bolos como o meu bolo especial.
Mas sem bolo não há participação e, mesmo sendo da família, tenho que respeitar as regras.
E se pensasse nos bolos especiais da minha vida, mas fora do contexto familiar?  
Veio logo à minha memória o bolo que  a minha querida aluna Samanta me ofereceu quando fiz quarenta anos.  Já não me lembro como é que ela descobriu quando era  o meu aniversário, mas à medida que a data se aproximava passou a andar atrás de mim a perguntar quantos  anos eu iria fazer, ao que eu lhe respondia, para a arreliar: Faço um ano a mais que o ano passado.
Ela ria-se e continuava a insistir. Salvou-a a  minha sobrinha,  na altura a estagiar na escola, e que  também colaborou na preparação da surpresa.
A visita inesperada do inspetor, precisamente naquela manhã, veio atrapalhar os planos da Samanta. O senhor nunca mais se ia embora e ela e os  colegas impacientes, e  cada vez mais nervosos, a verem a manhã chegar ao fim.
E eu sem desconfiar de nada...
Para descanso da turma o inspetor acabou por se ir embora a tempo de fazermos a festa.  

Infelizmenten, não tenho nenhuma foto do bolo nem da festa, mas guardo desse dia a alegria desta menina maravilhosa  quando, finalmente, conseguiu realizar a surpresa e todos me cantaram os parabéns.
Samanta a triturar o papel para fazer a pasta 
Samanta, de origem guineense, vinda de França,  chegou à turma do 2º. ano sem saber ler nem escrever e, em pouco tempo, conseguiu acompanhar os  outros meninos. Nunca, até então, eu  tivera uma aluna assim  tão responsável e aplicada. Ajudá-la a progredir foi muito gratificante. 
Era impossível  zangar-me com ela,  porque ela respondia sempre com um sorriso rasgado.
Recordo, com muito carinho, esses anos em que ela nos conquistou  a todos.

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